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Fortaleza
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Já pouca carne fica quando em roda à fortaleza
Soldados jogam dados para divertir a incerteza
Que o tempo trapaça, arranja ligeireza
E rafa uns quantos anos com caprichos da princesa
O cerco não aperta nem recua a fortaleza
A malta lá de dentro não vacila e com certeza
Que isso é tudo o que basta pa bater mal da cabeça
E cabeças a mais a bater mal é descompensação
É uma carga de trabalhos
É uma data de sarilhos
Nem descanso aos agasalhos
Nem emprego nos gatilhos
É uma carga de trabalhos
É uma data de sarilhos
Um rebanho de espantalhos
Que há por baixo dos carvalhos sem ter com quem fazer filhos
Falavam uns aos outros das famílias com tristeza:
Campo bailes putos moleza
Era tudo o que inda mantinha a chama morna acesa
E umas quantas carcaças bem pra longe da sentença
Já feito fundo falso o pavilhão da fortaleza
Nem serem todos brancos lhes poupava na clareza
Até que uma corneta apanha a malta de surpresa
O último é estafeta a fazer tenção de render-se a nós
...
Levanta-se um soldado e estremunhando as redondezas
Diz: " Vamos lá entrar na porra da fortaleza
Que o cerco por cercar já é quase indelicadeza
E lá dentro vazio é chão da nossa realeza, pá"
Mas mal esta pandilha cai com os pés na fortaleza
Deixou de lhes caber aquela vista na cabeça
Na sala pratos sujos e a comida sobre a mesa
Já 'tava toda podre e podre sabe tudo à mesma
E ao fundo lá ao fundo um quadro grande
E ao fundo lá ao fundo um quadro grande
E ao fundo lá ao fundo um quadro grande,
Nunca foi tão irritante dar com a fronha da princesa
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Bambu
03:54
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Ao mês de Junho chega o sol se é que ele não foge
E lá de cima apita a hora de alvorada
Poupa-se a terra ao suplício do arroz
Também ninguém quer dar a festa por fechada
É que com o tempo quente as meninas divertidas
Viram costas ao dar cara a vida dura
Desfilam frente a frente competição sem comida
Só faz falta a quem não tem quando a procura e quem não coze come cru
Ameniza-se o mambo
Reutiliza-se o bambu
Já se usa no campo
O que era do bambu
Há tanta coisa aqui que nem dá para as sentir
Há tanta graça que ninguém perde tempo a tentar rir
O magnetismo da maralha dá de si
Roça o corpo para aí na canalha que há em volta
Só por ter bazado o frio e haver pau no canavio
É desculpa mais que boa para manter a franga à solta
De boca aberta chegam gajos com tattoos
Micam cus às raparigas pode ser que siga a certa a dar bola
E o trabalho que é bater ferro no malho
São mil anos de cantigas só para ver se a noite cola
Já que a fome não aperta e tudo graças ao bambu
What?
Que é que achas bate uma dança
Com sapatos a marcar a batida
Sabe desde o velho ao gorducho
Que umas canas no bucho vão enchendo a medida
Tudo tão fácil que a cabeça ganha mofo
E as salsichas absorvem o saudável das cenouras
Os putos gamam gomas da nave e o Adolfo
Vai piscando o olho às mocinhas loiras
Do alto do amp tira o olho do prémio
para topar quem é que chega primeiro
Com um tuxedo e um decote é a sério
Vão-se enconstando os pavões ao galinheiro
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4. |
Cada Um, B Fachada
06:19
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